Carente de informações e de novidades, a vida na colônia transcorria em ciclos anuais, ritmados pelo calendário da Igreja e pela rotina do plantio e da colheita. Sabia-se, quando muito, se havia paz ou guerra.
Mesmo nas principais cidades, como Rio de Janeiro e Salvador, faltavam, até quase o final do período colonial, outros espaços de sociabilidade que não os religiosos. Pobres e despojadas, as habitações não constituíam locais de reunião. E da vida civil, conduzida em torno das câmaras, a maioria estava excluída.
Dessa forma, nas vilas e arraiais da América portuguesa, as igrejas e capelas tornavam-se o cenário mais importante da vida social. Era nos templos que, por ocasião das celebrações litúrgicas e outras cerimônias - como batizados, casamentos e enterros - transcorriam as conversas, trocavam-se mexericos e cortejavam-se os jovens. E era pelo sermão do padre que chegavam as notícias do mundo e as instruções das autoridades.
E nesse ambiente de uma regularidade imemorial, em que o futuro não se distinguia do passado, eram as festas, majoritariamente religiosas, que quebravam a monotonia. Com música, velas e, por vezes, a queima de fogos de artifício. Como as da Semana Santa, com suas procissões solenes, e as do período junino, mais descontraídas. E a do padroeiro da irmandade local. Além de outras, de cunho mais popular, como a folia do Divino, a queima do Judas e as tradicionais encenações de combates entre mouros e cristãos.
Mas também comemorações civis, em geral financiadas pelas câmaras. Motivadas por acontecimentos como a aclamação de um novo rei, o aniversário ou as núpcias de um membro da família real, esses festejos podiam incluir luminárias, banquetes, cortejos, corridas de touros e representações teatrais, além do inevitável Te Deum.
Já a população negra, além de tomar parte nas grandes festas e de organizar suas próprias irmandades, realizava cantos e danças de origem africana, como os batuques e lundus. Nas últimas décadas do século XVIII, essas manifestações musicais difundiram-se entre as classes baixas. Quando da chegada da Corte em 1808, acabaram, curiosamente, por introduzirem-se até mesmo nos salões da aristocracia, passando a competir aí com a modinha e os gêneros consagrados da tradição européia. Nesse momento, porém, era uma nova sociabilidade que se anunciava, com o surgimento de casas de pasto e biroscas, teatros e livrarias.
Mesmo nas principais cidades, como Rio de Janeiro e Salvador, faltavam, até quase o final do período colonial, outros espaços de sociabilidade que não os religiosos. Pobres e despojadas, as habitações não constituíam locais de reunião. E da vida civil, conduzida em torno das câmaras, a maioria estava excluída.
Dessa forma, nas vilas e arraiais da América portuguesa, as igrejas e capelas tornavam-se o cenário mais importante da vida social. Era nos templos que, por ocasião das celebrações litúrgicas e outras cerimônias - como batizados, casamentos e enterros - transcorriam as conversas, trocavam-se mexericos e cortejavam-se os jovens. E era pelo sermão do padre que chegavam as notícias do mundo e as instruções das autoridades.
E nesse ambiente de uma regularidade imemorial, em que o futuro não se distinguia do passado, eram as festas, majoritariamente religiosas, que quebravam a monotonia. Com música, velas e, por vezes, a queima de fogos de artifício. Como as da Semana Santa, com suas procissões solenes, e as do período junino, mais descontraídas. E a do padroeiro da irmandade local. Além de outras, de cunho mais popular, como a folia do Divino, a queima do Judas e as tradicionais encenações de combates entre mouros e cristãos.
Mas também comemorações civis, em geral financiadas pelas câmaras. Motivadas por acontecimentos como a aclamação de um novo rei, o aniversário ou as núpcias de um membro da família real, esses festejos podiam incluir luminárias, banquetes, cortejos, corridas de touros e representações teatrais, além do inevitável Te Deum.
Já a população negra, além de tomar parte nas grandes festas e de organizar suas próprias irmandades, realizava cantos e danças de origem africana, como os batuques e lundus. Nas últimas décadas do século XVIII, essas manifestações musicais difundiram-se entre as classes baixas. Quando da chegada da Corte em 1808, acabaram, curiosamente, por introduzirem-se até mesmo nos salões da aristocracia, passando a competir aí com a modinha e os gêneros consagrados da tradição européia. Nesse momento, porém, era uma nova sociabilidade que se anunciava, com o surgimento de casas de pasto e biroscas, teatros e livrarias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário