terça-feira, 8 de junho de 2010

A Guerra do Paraguai


 A Guerra do Paraguai foi um dos conflitos mais sangrentos envolvendo países da América do Sul.Teve uma duração de mais de cinco anos (de novembro de 1864 até março de 1870) com a participação de Brasil, Argentina e Uruguai, que formaram a "Tríplice Aliança", contra o Paraguai, governado por Francisco Solano Lopez. Diversas causas são apresentadas para justificar o início do conflito. No entanto, deve-se destacar os interesses na livre navegação da bacia platina e do capital inglês na região.
 Com a ascensão de Bartolomeu Mitre em Buenos Aires, em 1862, houve uma maior aproximação entre o Brasil e a Argentina. A intervenção brasileira no Uruguai, em 1864, para garantir os interesses dos estancieiros gaúchos, teve o apoio argentino e a oposição de Solano Lopez, que considerava a aliança entre os dois países uma ameaça à integridade do Paraguai. Paralelamente, Lopez tentou uma articulação com as elites locais das províncias de Corrientes e Entre-Rios contra o governo de Buenos Aires, para conseguir o acesso ao estuário do Prata. Também existiam divergências fronteiriças entre o Império e o governo paraguaio.
As hostilidades entre os dois países começaram em 14 de novembro de 1864. Sob o pretexto de que o Brasil, ao invadir Montevidéu, rompeu o tratado que reconhecia a independência do Uruguai, Solano Lopez apresou no rio Paraguai o navio Marquês de Olinda, que conduzia o coronel Carneiro de Campos, recém-nomeado presidente da província de Mato Grosso. Em dezembro, as tropas paraguaias invadiram o Mato Grosso, ocupando Corumbá, e no início de 1865, penetraram na província argentina de Corrientes, para alcançar o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
Brasil, Argentina e Uruguai formalizaram o Tratado da Tríplice Aliança em maio de 1865. O presidente argentino Bartolomeu Mitre assumiu o comando das forças aliadas. Em junho de 1865, a esquadra aliada, comandada pelo Almirante Barroso, destruiu a força naval paraguaia na Batalha do Riachuelo. As forças terrestres de Lopez começaram a sofrer uma série de derrotas, iniciando-se o recuo paraguaio. A partir de 1866, a guerra se desenvolveu basicamente em território do Paraguai. A conquista de Assunção, em 1869, e a Campanha das Cordilheiras, sob o comando de Conde d’Eu, com a morte de Solano Lopez em março de 1870, assinalaram o término do conflito.
A guerra do Paraguai ocasionou várias conseqüências. O Paraguai foi arrasado, perdendo parte de seu território para o Brasil e a Argentina. Metade de sua população morreu no conflito. A maioria dos sobreviventes era constituída de velhos, mulheres e crianças. A Argentina consolidou sua unidade territorial. O Brasil perdeu boa parte de suas reservas acumuladas com a exportação. O Exército, até então desprestigiado, afirmou-se como instituição. Parte de seu contingente era formado por antigos escravos que se tornaram livres após o conflito, aumentando o sentimento antiescravista.

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